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Doda disputará o GP do Longines São Paulo CSI-W Indoor 2014

Data: 09/10/2014

Medalhista olímpico retorna ao País após um ano para disputar o GP no Longines São Paulo CSI-W Indoor 2014, de 15 a 19 de outubro.

Longe do País há um ano, o brasileiro mais bem colocado (38º) no ranking da Federação Equestre Internacional (FEI), retorna à Sociedade Hípica Paulista (SHP) para a disputa do Longines São Paulo CSI-W Indoor, em picadeiro coberto, entre os dias 15 e 19 de outubro. O principal concurso de salto do continente é válido pelo ranking da FEI e como seletiva sul-americana para a Copa do Mundo. Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, ganhou duas medalhas olímpicas de bronze por equipes nos Jogos de Atlanta em 1996 e de Sydney em 2000.

Há mais de dez anos morando na Bélgica, Doda, declarou sua paixão pelo hipismo e demonstrou que não poupa esforços para contribuir com a evolução da modalidade no Brasil. 

Morando na Bélgica há mais de dez anos, qual é o sentimento de retornar ao Brasil depois de um ano para competir?

O que mais gosto de fazer é saltar no meu País. Competir, e até de vencer, um concurso em outro lugar, não dá para comparar com a emoção que sinto ao montar no Brasil. Quando trouxe o Athina Onassis Horse Show para o Brasil, a ideia era de desenvolver o esporte no País, fazer com que os criadores brasileiros pudessem ver os cavalos europeus saltarem e tê-los como referência para melhorar a criação no Brasil.

Como pode ser aprimorada a criação no Brasil?

Há dez anos os criadores levavam o cavalo à vitória em um GP no País e já achavam que estavam no caminho certo. O cavalo vencedor no Brasil, não será necessariamente um vencedor na Europa. Como eles estudam a genealogia das raças, o ideal é ver o trabalho feito lá fora e tentar repetir aqui.

O cavaleiro pode influenciar nesse processo de formação dos animais?

Existem cavalos bons no Brasil, mas muitos cavaleiros ainda não possuem a experiência necessária para formá-los. A matéria prima tem de ser lapidada. Não adianta apenas esperar o tempo passar para o cavalo ficar maduro e saltar GP. O animal tem de passar fase por fase até chegar à "universidade". É como o processo de nossa evolução escolar. Precisa haver um plano de treino que inclua condicionamento, adestramento, ginástica de salto, tudo na dose certa, de acordo com a idade, sem saturar o cavalo, que precisa ser preparado para saltar com alegria.

Além de proporcionar esse aprendizado aos brasileiros, o que você espera da sua atuação no Indoor da Hípica Paulista?

Estarei entre os melhores do hipismo nacional e o resultado vai depender muito do cavalo que irei montar. Ainda não sei qual a montaria que irão reservar para mim. O mais importante será colaborar com a evolução da modalidade e levar ao público a emoção de um grande evento internacional. Em 2013, montando Sam, fiquei em quarto lugar.

E sobre a sofisticada arena da Hípica Paulista, que deve receber mais de 30 mil pessoas nos cinco dias de provas?

Esse picadeiro coberto é superior a muitos que recebam os principais concursos da Europa e não tem nada a dever para os melhores do mundo. As dimensões são perfeitas, a iluminação não provoca sombra e a altura do teto dá mais confiança para o cavalo saltar. É excepcional.

O hipismo brasileiro tem tradição em Jogos Pan-americanos. Obteve dois ouros uma prata e um bronze nas quatro últimas edições. Como está a equipe brasileira para Toronto 2015?

Hoje, a equipe teria de ser a mesma que ficou em quinto lugar nos Jogos Equestres Mundiais, na França (além de Doda, competiram: Rodrigo Pessoa, Pedro Veniss, Marlon Zonatelli e Yuri Mansur), mas espero que apareçam outros conjuntos para ameaçar, por exemplo, a minha vaga e a do Rodrigo. O processo seletivo precisa ser mais amplo para oferecer condições de se formar a melhor equipe possível no momento da competição. Seja Pan ou Olimpíada.

Na formação da equipe para as grandes competições internacionais sempre surge polêmica entre os cavaleiros que moram na Europa ou no Brasil. A situação está mais controlada?

Sou a favor de que a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) leve os cavaleiros do Brasil para a Europa para que possam disputar os mesmos concursos junto com a gente. Hoje há uma briga, entre aspas, dos brasileiros que defendem critérios objetivos para favorecer as competições nacionais. Não concordo com esse critério de vaga fixa para quem está no Brasil. Isso não é nada inteligente. Não interessa onde o atleta mora, no Brasil, na Europa, ou onde for. O que importa é formar a melhor equipe.

Você se considera um privilegiado por morar na Europa?

Morar na Europa não é fácil. Não é só alegria como todo mundo pensa. Longe da família, inverno duríssimo, custos altíssimos e disputas de nível super elevados. Não é fácil enfrentar e superar todos esses obstáculos. O Marlon (Zonatelli) morou em carro, em caminhão, comeu o pão que o diabo amassou e se esforçou muito para desenvolver o talento dele na Europa. No meu caso, é uma opção para que eu possa evoluir e representar bem o meu País. Hoje tenho um amplo conhecimento do hipismo. Por isso, se eu morasse no Brasil acharia mais do que justo se a CBH me desse uma oportunidade para competir na Europa.

O conhecimento que você adquiriu pode fazer a diferença nos Jogos Olímpicos de 2016?

A motivação para a Olimpíada do Rio tem de ser a medalha de ouro. Estaremos em casa. Mas ainda é cedo para pensarmos na Olimpíada, antes temos de ir forte para o Pan de Toronto brigando pelo ouro. O caminho para o Rio é promissor, mas não podemos esquecer que antes vem o Pan. A progressão tem de ser feita degrau por degrau.

Seu sonho dourado seria o pódio nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016?

O sonho existe, mas para que se torne real temos de apostar em nossa equipe no Rio. E quando uma nação chega forte na disputa por equipe, aumentam as chances de bons resultados no individual. Pelo menos um cavaleiro vai brigar pelo ouro. Conforme vimos nos Jogos Equestres Mundiais, hoje vejo a equipe brasileira entre as cinco mais bem preparadas. Os países mais fortes nas provas de salto são: Holanda, Alemanha, França e Estados Unidos.

Um mês antes do Indoor da Hípica Paulista você passou pelo Brasil e treinou um ou dois dias na SHP. Teve outros compromissos?

Fiz questão de participar de um evento na Associação de Apoio à Família (APAF). Colaboro com a instituição há dez anos não apenas com minha imagem, mas também financeiramente. A APAF tem uma creche em São Paulo, onde acolhe recém-nascidos de mães que não têm condições de cuidar de seus filhos. Muitas delas, drogadas ou prostitutas, acabam reabilitadas. Paralelamente, ao trabalho dedicado às crianças, essas mães são treinadas em cursos de cozinheira, cabeleireira e em outras atividades que lhes conferem um certificado profissional reconhecido pelo governo. Cerca de 90 % são recuperadas e retomam o convívio saudável com seus filhos. Traz muita satisfação estender a mão para uma pessoa e ver ela se agarrar para sair do buraco.

Como está encarando sua atual fase, como melhor brasileiro no ranking da FEI?

Estava muito bem há alguns meses, mas agora, inexplicavelmente, não me considero em boa fase. Sabe quando a bola não entra para o centroavante. É assim que estou me sentindo. Mas sei que essas fases passam. Meus cavalos são excelentes e logo os resultados virão. Os principais são o Nouvelle Europe Z e o Bogeno, que montei nos Jogos Mundiais Equestres, mas também deposito muita confiança no Argus, de nove anos, e no Cupido, de sete anos e muito promissor.

Entre os resultados relevantes de Doda nesta temporada estão as vitórias na prova Ruby and Violette no Winter Equestrian Festival na Flórida, nos EUA e a 1.45 metro no principal concurso europeu, o CHIO Aachen; a prata em 1,55m da mesma competição, na Alemanha, e o quinto lugar por equipes nos Jogos Equestres Mundiais, na Normandia (FRA). Além dos dois bronzes olímpicos, o cavaleiro paulista conquistou ouro, prata e bronze, também por equipes, nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg, Guadalajara e Santo Domingo, respectivamente. Há um mês, foi vice-campeão no Global Champions Tour (GCT) de Lausanne, Suíça, na prova de 1.50 metro, montando AD Nouvelle Europe Z.

Na quarta-feira (15), a partir das 9 horas, a SHP realizará coletiva de apresentação do Longines São Paulo CSI-W Indoor 2014, com alguns dos destaques do principal e mais charmoso concurso de salto do continente.

Estarão presentes o medalhista olímpico Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, bronze por equipes nos Jogos de Atlanta, em 1996, e de Sydney, em 2000; o cavaleiro olímpico José Roberto Reynoso Fernandez Filho, bicampeão do ranking sênior top; Fernando Penteado, campeão brasileiro young riders e atual quarto colocado no ranking sênior top; Francisco Musa, tricampeão brasileiro senior top e atual líder deste ranking; os campeões americanos da juventude, Guilherme Saraiva e Giulia Scampini.

Estão confirmados também o presidente da SHP, Renato de Moraes Dantas, o cavaleiro olímpico e diretor da Confederação Brasileira de Hipismo, Caio Sérgio de Carvalho, o artista e fotógrafo Raphael Macek, que está fazendo uma exposição durante o evento, e o professor assistente do pônei clube da SHP, Cláudio Arruda.

 

Fonte: ZDL Comunicação, HipismoBR

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Doda Miranda, Rodrigo Pessoa, Marlon Zanotelli, Pedro Veniss, José Roberto Reynoso Fernandez Filho

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